quinta-feira, 21 de maio de 2015



Os Museus brasileiros no Século XIX. 


                   
                O primeiro registro de museu brasileiro  é a “Casa de História Natural” também conhecida como “Casa dos Pássaros”.  Sua construção – como depósito provisório, ocorreu junto do Museu de História Natural no Rio de Janeiro, iniciativa do Vice-Rei D. Luiz de Vasconcellos¹.  Criado em 1784 teve, dentre suas tarefas, a incumbência de fornecer produtos indígenas e  exemplares dos reinos vegetal, animal e mineral para as coleções do Real Museu, do Jardim Botânico, entre outros, na Corte Portuguesa. Antes disso, no Brasil, toda ciência era devida aos estrangeiros que aqui vinham especialmente para coletar. A certeza de bem guardar nos museus das grandes metrópoles os achados em terras brasileiras, motivou um bom número de expedições deste tipo.
                    Após a chegada da Família Real ao RJ, e tendo sido tomado por outras atividades, os itens do museu brasileiro acabaram recolhidos ao Arsenal de Guerra/RJ. No início do século XIX foi criado o Museu Real do Rio de Janeiro-que incorporou lotes outrora pertencentes à Casa dos Pássaros. Sua criação fez parte de um rol de instituições e serviços instituídos pelo Rei D. João VI e tinha o objetivo de estimular os estudos de botânica e zoologia local. De caráter universal, expôs também as diversas coleções trazidas pela Corte. Cientificamente modernizado na administração de Ladislau Neto em 1876, passou a contemplar três categorias distintas: antropologia, zoologia geral e aplicada e paleontologia animal; botânica geral e aplicada, paleontologia  vegetal e mineralogia, geologia e paleontologia. Predominavam as ciências naturais! Nesta época foi criada sua revista trimestral-instrumento para permutas e comunicações com museus estrangeiros. Faziam parte de seu quadro de correspondentes importantes personalidades como Darwin, Broca e outros. Seus laboratórios e acervo passaram a subsidiar os órgãos oficiais. No incremento de suas atividades, arregimentou jovens estudiosos para o estudo in loco de regiões brasileiras ainda pouco exploradas. Estes itens se incorporavam ao Museu Nacional que agregava também outros, advindos de possessões portuguesas e nações com as quais mantinha intercâmbio. Isso garantiu um caráter universal a seu acervo. Fortaleceu-se como o centro de cultura e ciência para a Corte e de apoio às atividades de educação formal.



A partir de 1860, foram instituídos diversos museus brasileiros: Museu Rocha no Ceará, Museu Paranaense (1876), o atual Museu Paraense Emílio Goeldi, criado em 1871, Museu Paulista em 1894.    

Em 1824 surge a idéia de criação do Museu Paulista que, sem apoio da elite política local, só iniciou a construção de sua sede em 1885, concluída em 1890. Não foi ocupado de imediato e apenas em 1894 foi inaugurado oficialmente, posteriormente à aquisição de coleções que pertenciam ao Museu do Ipiranga. Foi contratado no mesmo ano o alemão Herman von Ihering-médico, ornitólogo e zoólogo que, vindo da Alemanha havia se fixado no RS por aproximadamente sete anos, assumiu o cargo de diretor por vinte e um anos. Estabelecia o que considerava a criação do primeiro museu brasileiro construído sob base científica, tal qual os grandes museus europeus e norte-americanos. Essa afirmativa causou grande desconforto aos dirigentes do Museu Nacional/RJ. De fato, o diretor Von Ihering participava de inúmeras sociedades científicas internacionais das áreas de sua formação. As publicações da Revista do Museu Paulista mostram o absoluto predomínio das ciências naturais, entre seus assuntos de interesses. O acervo do museu, em épocas diferentes,  desmembrou-se em: Instituto Biológico SP (coleção botânica), Museu de Zoologia/USP (coleção zoológica), mantendo para si o acervo referente à história nacional e de São Paulo. No período 1917-1945 foi dirigido por Afonso de Taunay que fortalece seu papel de museu de história, sob o olhar paulista.
Em 1866, por iniciativa de intelectuais paraenses, foi fundada a Associação Filomática do Pará, antecessora do Museu Paraense. Seu objetivo era o estudo da flora e fauna, geografia e da geologia da região. Cinco anos depois, passou ao governo da província, após contratempos, foi extinto em 1888. Dois anos depois foi reinaugurado (ciclo da borracha e época desenvolvimentista), sem muito progresso. Em 1893 foi contratado Emílio Goeldi que elaborou nova estrutura para o museu com a organização de suas seções (botânica, zologia, etnologia, arqueologia, geologia e mineralogia), biblioteca e jardins zoológico e botânico. Trouxe naturalistas europeus para o convívio com  museu e publicou duas revistas, com ênfase nas ciências naturais.                 
No estado do Paraná, em 1876, foi inaugurado o Museu Paranaense – uma instituição privada. Surgiu como museu de caráter histórico e ligado às ciências naturais, participou de eventos nacionais e internacionais e de atividades da comunidade local. Em 1882 passou a órgão público atraindo missões científicas a Curitiba/PR. 
Os museus Nacional, Paraense e Paulista exerceram o importante papel de pré-servar nossas riquezas locais e nacionais. Dedicaram-se à pesquisa em ciências naturais, etnografia, paleontologia, antropologia física e arqueologia.  Incentivaram estudos e pesquisas em suas áreas de atuação, partindo da coleta, guarda e exposição de seus acervos.

¹ 4º Vice-Rei do Brasil no RJ (1779-1790) deixou várias melhorias na cidade.

Acervo digital da Biblioteca Virtual do MHN. 
             
Fontes consultadas:
LOPES, Maria Margaret. O Brasil descobre a pesquisa científica, Ed. Hucitec, 2005. Cap. 1: Os Antecedentes, a constituição e os primeiros anos do Museu Nacional do Rio de Janeiro, p. 25-84
SCHWARCZ, Lilia Moritz.  O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil, 1870-1930. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
LANGER, Johni. A criação do Museu Paranaense: ciência e cultura material no Brasil Império. http://www.revistamuseu.com.br/artigos/art_.asp?id=34320, acesso em 13.04.2015
JULIÃO, Letícia. Apontamentos sobre a história do museu. Caderno de Diretrizes Museológicas I. Brasília: Ministério da Cultura/ Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional/ Departamento de Museus e centros Culturais. Belo Horizonte: Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais, Superintendência de Museus, 2006. p.19-32.

BASTOS, Maria Helena Câmara. Pro Patria Laboremus: Joaquim José de Menezes Vieira (1848-1897), Bragança Paulista: EDUSF, 2002, 350p.

Apontamentos de aula de 07-aio-2015, profa. Zita Possamai- BIB-03237 – HISTORIA DOS MUSEUS E PROCESSOS MUSEOLÒGICOS  

Papavero, N. e Teixeira, Dante- Remessa de animais de Santa Catarina (1791) para a “Casa dos Pássaros”no Rio de Janeiro e para o Real Museu da Ajuda (Portugal)- Arquivos de Zoologia-Museu de Zoologia/USP.

 


              



domingo, 10 de maio de 2015

DIA INTERNACIONAL DOS MUSEUS 
15 maio 
Em 2015, o evento vai comemorar o tema: MUSEUS PARA UMA SOCIEDADE SUSTENTÁVEL. Um dos desafios contemporâneos mais importantes compartilhados por pessoas de todo o mundo é o de adaptar novas formas de viver e desenvolver dentro dos limites da natureza. Esta transição para uma sociedade sustentável requer inventar novos métodos de pensar e agir. Os museus desempenham um papel fundamental nessa transição, promover o desenvolvimento sustentável e servindo como verdadeiros laboratórios para as melhores práticas. Museus modernos devem tomar uma posição forte neste contexto e fazer suas vozes serem ouvidas. http://icom.museum/activities/international-museum-day/imd-2015/
NOSSOS GURUS !! Breves informações acerca da vida acadêmica e publicações dos autores que são nossa referência em História dos Museus e Processos Museológicos BIB 03237.    

POULOT, Dominique - nascido em 1966/França, concluiu seu bacharelado em História pela Universidade de Paris 1-Sorbonne, mestrado na L'Ecole des Hautes Études en Sciences Sociales e doutorado na Sorbonne (1989). É membro honorário do Institut Universitaire de France, professor na Universidade de Paris 1 Panthéon-Sorbonne e Presidente do Comitê Histórico e trabalhos científicos (Ecole des Chartes). Sua pesquisa se concentra sobre a instituição do museu e do patrimônio nas eras modernas e contemporânea. Suas teses ocupam-se especialmente da emergência do patrimônio e início do museu moderno e revolucionário na França. Algumas publicações: 1. Bibliographie de l’histoire des musées de France, Paris, 1994, 2. Surveiller et s’instruire. La Révolution française etl’intelligence de l’héritage historique, Oxford, 1996. 3. Musée, nation, patrimoine, 1789-1815, Paris, 1997. 4. L’esprit des lieux. Le patrimoine et la cité, avec Daniel Grange (éd), Grenoble, 1997. 5. Patrimoine et Modernité, (dir.) Paris, 1998. 6. Les Lumières, Paris, 2000. 7. Publics et Projets culturels. Un enjeu des musées en Europe, Paris, 2000. 8. Patrimoine et Musée : l’institution de la culture, Paris, 2001. 9. Musées en Europe: une mutation inachevée, (avec Catherine Ballé), Paris, 2004, 10. Une histoire des musées de France, Paris, 2005. 11. Musée et muséologie, Paris, 2005. Musei e Museologia, 2008. 12. Antoine Quatremère de Quincy, Letters to Miranda and Canova on the Abduction of Antiquities from Rome and Athens, Introduction by Dominique Poulot, 2011. 13. Monuments et Vies d’artistes, Paris, 2012, édition électronique. 14. Paysages et histoire de l’artParis, 2012, édition électronique.



MOMIGLIANO, Arnaldo Dante 
(1908, Itália-1987, Londres) historia-dor italiano conhecido por seu trabalho na historiografia. Atuou como professor de história romana na Universidade de Turim mas, devido às leis raciais anti-semitas do regime fascista, perdeu seu cargo e exilou-se na Inglaterra a partir de 1938. Integrou-se à Universidade de Oxford e posteriormente à University College London (1951 a 1975). Em 1974 foi condecorado Cavaleiro da Ordem do Império Britânico (KBE). Um número de seus ensaios foram recolhidos em volumes publicados postumamente. Algumas publicações: 1-O Conflito entre Paganismo e Cristianismo no Século IV, Clarendon Press, 1963. 2-Estudos em Historiografia, Garland Pub., 1985. 3-O Desenvolvimento da Biografia Grega: palestras, Harvard University Press, 1971. 4-Sabedoria Estrangeira: Os Limites da Helenização, Cambridge University Press, 1975. 5-Como Conciliar a Gregos e Troianos, 1982. 6-Dois Tipos de História Universal: os Casos de EA Freeman e Max Weber, 1986. Postumamente, foram publicados: 1- Os Fundamentos Clássicos da Historiografia Moderna, 1990 e Ensaios sobre Judaísmo Antigo e Moderno, 1994. 


BREFE, Ana Claudia Fonseca: Doutora em história social, fez graduação, mestrado e doutorado na UNICAMP. Reside na França, onde pesquisa a difusão das coleções dos museus históricos no mundo. Foi vice-presidente da Association Internacionale des Musées d'Histoire (AIMH). Algumas publicações: Burgueses e Operários na Era Industrial (2000), As Cidades Brasileiras no Pós-Guerra(1995), O Museu Paulista - Affonso de Taunay e a Memória Nacional e Monumento aos Andradas. 
SCHWARCZ, Lilia Katri Moritz: Graduada em História pela Universidade de São Paulo (1980), mestre em Antropologia Social pela Universidade Estadual de Campinas (1986), doutora em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo (1993), livre-docente em Antropologia Social, USP (1998). Atualmente é professora titular da Universidade de São Paulo, membro do advisory group - Harvard University. Foi professora visitante e pesquisadora nas universidades de Leiden, Oxford, Brown, Columbia, École des Hautes Études en Science Sociales (2013) e Princeton, onde é Global Scholar até o ano de 2018. Áreas de atuação: Antropologia e História, com ênfase em Antropologia das Populações Afro-Brasileiras, Marcadores da Diferença e História do Império brasileiro, dedicando-se principalmente aos seguintes temas: Brasil monárquico, escravidão, construções simbólicas, história da an-tropologia, etnicidade, construções imagéticas e identidade so-cial. Algumas publicações:  1-Retrato em branco e negro: jornais, escravos e ci-dadãos em São Paulo no fim do século XIX - 1987. 2- O espetáculo das raças. Cientistas, instituições e pensamento racial no Brasil: 1870-1930, 1993. 3- As Barbas do Imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos - 1998. 4- O Império em Procissão - 2000. 5- A Longa Viagem da Biblioteca dos Reis - Do terremoto de Lisboa à Independência do Brasil - 2002. 6- O Sol do Brasil: Nicolas-Antoine Taunay e as Desventuras Dos Artistas Franceses na Corte de D. João 1816-1821, 2008. 7- D. João Carioca - A corte portuguesa chega ao Brasil 1808-1821, 2008. 8- Um enigma chamado Brasil, 2009. 8- A Batalha do Avaí - a beleza da barbárie: a Guerra do Paraguai pintada por Pedro Américo, 2013. 
ALMEIDA, Cícero Antonio Fonseca de: Graduado em Museologia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro/Unirio (1983), Mestre em Memória Social pela mesma universidade e especialista em Arquivos e Documentação pela Direction des Archives de France (1999). Ocupou diversas funções de direção e de gestão na área da Museologia, como a chefia dos setores de conservação/restauração, de exposições e de pesquisa do Museu da República (1983-1989 e 1994-1999), coordenação de Integração das Ações Museológicas do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional/Iphan (1994-1996),  direção-adjunta do Museu Nacional de Belas Artes (2003-2005), coordenação de Patrimônio Museológico do Instituto Brasileiro de Museus/Ibram (2009-2012) e  Direção do Departamento de Processos Museais do Ibram (2012 - 2013). Foi membro do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural/Iphan (2013). Publicou livros e artigos nas áreas da Teoria Museológica com ênfase na relação museus e sociedade, no papel contemporâneo dos museus, no estudo de coleções e na história dos museus brasileiros , História da Fotografia e História Postal no Brasil. É professor de Teoria Museológica da UNIRIO desde 1991, de Gestão de Coleções e Acervos Museais do MBA em Gestão Cultural da Universidade Candido Mendes (desde 2009). Algumas publicações: 1-Catete-Memórias de m Palácio, 1994. 2-Conhecendo o Museu da República, 1998. 3-Selos Postais do Brasil, 2003. 

LOPES, Maria Margaret: graduação em Geologia pela Universidade de São Paulo(1980), mestrado em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (1988), doutorado em História Social pela Universidade de São Paulo(1993) e Livre Docência em História das Ciências pela Universidade Estadual de Campinas (2002). Realizou estágio de doutoramento na Smithsonian Institution, Washington (1993), pós-doutoramento em História das Ciências na University of Louisiana (EUA, 1997). Professora associada MS-5 do Instituto de Geociências da UNICAMP (1986 a 2009) foi assessora-técnica da Secretaria Especial de Políticas paras as Mulheres da Presidência da República (2007-2009), É atualmente pesquisadora convidada do CEHFCi, Portugal e do Núcleo de Estudos de Gênero Pagu - UNICAMP, professora convidada do Programa de Ciências da Informação da UnB. Atuação na área de História, especialmente em História das Ciências, principalmente nos seguintes temas: História das Ciências e da Tecnologia no Brasil e América Latina, Gênero em História das ciências e tecnologias, História dos Museus, História das Ciências Geológicas e Paleontológicas no Brasil e América Latina. Algumas publicações: 1- O Brasil descobre a Pesquisa Científica, 1997. 2- Colecionismo: práticas de campo e representações, 2011.  
ABREU, Regina: Doutora em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (Museu Nacional), Pós-Doutorado no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Atuou como pesquisadora visitante do "Institut de Recherche Interdisciplinaire sur les Enjeux Sociaux-IRIS". Especialização em "Recherches en Sciences Sociales" (EHESS), Professora Associada da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Integrante do Corpo Docente do Programa de Pós-Graduação em Memória Social/UNIRIO, Líder do Grupo de Pesquisa CNPq "Memória, Cultura e Patrimônio", Coordenadora do Projeto de Pesquisa "A Patrimonialização das Diferenças", Coordenadora do Portal "Museus do Rio". Tem experiência na área de Antropologia Social nas interfaces com a Memória Social, o Patrimônio Cultural, os Museus, o Áudio-Visual e o Estudo de Trajetórias. Algumas publicações: 1-Memória e Patrimônio-Ensaios Contemporâneos, 2009. 2- Fabricação do Imortal, 1996. 3- O Enigma de Os Sertões, 1998
POSSAMAI, Zita Rosane: Pós-doutoramento na Universidade Paris 3 Sorbonne Nouvelle(2014), com o projeto de pesquisa Museu e Fotografia: estudo sobre os museus de educação na França, séculos XIX e XX. Licenciada (1991), Bacharel (1992), Mestre (1998) e Doutora (2005) em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Foi servidora da Prefeitura de Porto Alegre, onde atuou como pesquisadora na Assessoria de Estudos e Pesquisas (1989-1993); foi membro da Comissão de Restauração do Mercado Público de Porto Alegre (1991-1993); Diretora do Museu de Porto Alegre Joaquim José Felizardo (1993-1999); Coordenadora da Memória Cultural (1999-2001); membro do Conselho do Patrimônio Histórico-Cultural de Porto Alegre (1999-2001); membro da Unidade Executora do Projeto Monumenta (2001-2005). Docente em vários cursos de pós-graduação lato sensu nas áreas de Patrimônio Cultural e Museologia. Docente do Centro Universitário Metodista IPA (2000-2006), onde atuou como Coordenadora do Curso de História; Coordenadora do Grupo de Pesquisa em Direitos Humanos e Educação; Coordenadora do Museu IPA. Atualmente é professora adjunta da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, exercendo suas atividades no Curso de Museologia da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação e no Programa de Pós-Graduação em Educação, da Faculdade de Educação. Líder no CNPq do Grupo de Estudos em Memória, Patrimônio e Museus (GEMMUS). Tem experiência na área de História, com ênfase em investigação histórica e gestão do patrimônio cultural urbano e museus. Autora e organizadora de artigos e livros sobre História de Porto Alegre, memória, patrimônio, museu. Sua dissertação de mestrado teve como temática o museu de cidade e sua tese de doutorado investigou as imagens fotográficas de Porto Alegre. Membro do Conselho Internacional de Museus, do qual foi secretária do comitê brasileiro, e da Associação Nacional de História, da qual foi presidente da seção RS,coordenando e atuando nos GT Acervos e GT história, imagem e Cultura visual. Vem atuando principalmente nos seguintes temas: memória, história, cidade, patrimônio, museu, educação em museus, história da educação nos museus, história dos museus, cultura visual e fotografia. Algumas publicações: Leituras da Cidade (2010), A memória cultural numa cidade democrática (2001), Cidade & Memória na Globalização(2002), Nos bastidores do museu :patrimônio e passado da cidade de Porto Alegre (2001). 

Fontes de consulta: sites das Universidades as quais os profissionais foram/estão vinculados, curriculos Lattes. Imagens: Facebook, Wikipedia.    
  
Atividade: III Encontro História, Imagem e Cultura Visual
Local: FABICO/UFRGS

Memória, educação e patrimônios visuais

O evento foi antecedido dia 22abril2015 por aula aberta da Profª Draª Solange Ferraz de Lima da direção do Museu Paulista/USP que, acerca do tema Museu Paulista, um museu para o século XXI, fez uma narrativa sobre o histórico de formação do Museu Paulista, sua condição atual (acervo, edificação, corpo técnico, política do museu sobre aquisições, evolução da ficha catalográfica), providências para transferência de seu acervo para sete outras edificações que distam menos de 1km da sede atual do edifício-museu, no período de restauro do prédio atual. Comparou a igual processo pelo qual passou o Rijksmuseum-Amsterdan.  
À noite, ocorreu a abertura do evento com conferência da Profª Draª Solange F de Lima sobre O tempo das imagens: da vida privada ao museu.  
Dia 23 tiveram início os simpósios temáticos e participei de Memória, educação e patrimônios visuais onde foram apresentados recortes de trabalhos de titulação sobre museus escolares, tendo como objeto de estudo de Nara Witt o museu de história natural do Colégio Anchieta/POA-RS. Nesta mesma temática da educação formal, encontra-se vínculo com a pesquisa da Profª Dra. Zita Possamai acerca da divulgação na Exposição Universal Paris 1900 do Palácio da Educação que buscava celebrar o pensamento científico e a modernidade da educação, o trabalho do concreto pelo aluno (Lições de Coisas).       
 Profa. Ana Celina, Nara Witt, Natália Thielke, Profª Zita Possamai e Profª Carmen Ribeiro.
            
As demais temáticas abordadas foram O Museu e a construção da memória de Julio de Castilhos-a preocupação com a imagem, da Profº Ana Celina Figueira, sobre a construção da figura mítica do político rio-grandense; Museus das Missões: narrativas visuais sobre o passado missioneiro da historiadora Natália Thielke que narrou a criação de um museu para estatuária missioneira com projetos arquitetônico e expográfico do arquiteto Lucio Costa, mas também incumbido de exibir a edificação extra-muro: as ruínas da igreja barroca de São Miguel das Missões. Ana Cecília Ramirez trouxe sua experiência sobre a participação de seu país na 1ª Guerra em Colômbia em tiempos de La Gran Guerra onde descreveu seu desafio de não compactuar com imagens idealizadas do conflito. A paulista Priscila Leonel Pereira expôs os resultados seu interessante projeto de visita a quarenta museus com temáticas (futebol, arte sacra, arte, histórico..) e grupos diversos durante igual número de semanas. Na busca de parcerias para continuidade, relatou as impressões pós-visitas feitas pelos participantes e suas conclusões acerca de pertencimento, cultura e patrimônio.                    
Em 24 de abril, pela manhã foram relatadas as construções de suas pesquisas pelos Professores Charles Monteiro, Ivo Canabarro, Zita Possamai e Elizabeth Leal, especialmente no campo visual (gráfico e fotográfico).    
Priscila Pereira, Ana Ramirez, Profas. Zita e Carmem Adriane . 

Professores Charles Monteiro, Ivo Canabarro, Zita Possamai e Elizabeth Leal

A continuidade do simpósio MEMÓRIA, EDUCAÇÃO E PATRIMÔNIOS VISUAIS do III Encontro História, Imagem e Cultura Visual ocorreu na tarde de 24, com trabalhos sobre imagem e memória em estúdio fotográfico na cidade de Panambi por Carmen Ribeiro; análise de acervo fotográfico da primeira comunhão da liturgia católica, pesquisa de Rita Magueta; objetos, trajetória e memória de um imigrante alemão na região sul do Estado/RS no período da 2ª Guerra Mundial, por Cristiano Gehrke. Na temática da memória e ambiente educacional, foram apresentados o recorte na tese de doutorado de Camila Eberhardt sobre acervos fotográficos escolares em Torres-RS e a narrativa da Profª Vanessa Teixeira acerca de sua pesquisa sobre a criação da Escola de Engenharia Industrial em Rio Grande/RS. À noite a conferência da Profª Dra.Miriam Rossini encerrou  o evento trazendo a preocupação da falta de um depositário para nossa produção visual local.