Monumento Cívico a Julio de Castilhos
Situado em Porto Alegre, na
Praça Marechal Deodoro da Fonseca, o
monumento a Julio de Castilhos encomendado em 1903 por Borges de Medeiros, três
dias após a morte do líder republicano no RS, dialogava com as edificações
próximas, locais de sociabilidade, religiosidade e de governo, representados
pelo Teatro São Pedro, Bailante-que mais tarde foi substituída pelo Auditório
Araújo Vianna, Câmara Municipal-substituído pelo prédio do Palácio da Justiça,
Palácio Provincial, hoje Palácio Piratini.
Em telegrama a Décio
Villares, pintor e escultor carioca, identificado com o Positivismo de Comte, o
chefe do governo gaúcho Borges de Medeiros estabeleceu a representação de Julio
de Castilhos em três fases de sua vida: juventude, maturidade e velhice.
Construído em forma de
pirâmide, estampa várias figuras metálicas que contam a história e as virtudes do
biografado.
Na face oeste está representado em sua juventude entregando o periódico republicano “A Federação”(criado em 1881). No lado norte é representado na maturidade, época de sua morte, no auge do poder político. Aparece como que se erguendo da cadeira onde se acomodara e com livro na mão, mostrando um homem letrado, pronto para agir. Seu olhar busca o futuro. Na face leste, uma alegoria representa o personagem sábio e idoso. É a figura patriarcal que consulta o escrito que traz no colo. Com a cabeça apoiada no braço, assemelha-se ao Pensador de Rodin com quem Villares teve contato em Paris.
Na face oeste está representado em sua juventude entregando o periódico republicano “A Federação”(criado em 1881). No lado norte é representado na maturidade, época de sua morte, no auge do poder político. Aparece como que se erguendo da cadeira onde se acomodara e com livro na mão, mostrando um homem letrado, pronto para agir. Seu olhar busca o futuro. Na face leste, uma alegoria representa o personagem sábio e idoso. É a figura patriarcal que consulta o escrito que traz no colo. Com a cabeça apoiada no braço, assemelha-se ao Pensador de Rodin com quem Villares teve contato em Paris.
Foram fundidas também outras
alegorias que não foram citadas na correspondência de Borges de Medeiros a
Villares e que representam o governo positivista: a Firmeza, figura masculina
que guarda o poder com suas chaves; a Coragem, também uma figura masculina se
lançando no horizonte com louros da
vitória na mão esquerda e a Prudência que, com a mão esquerda, aparta o voo da
Coragem e com a mão direita aponta para o perigo representado pelo dragão. No
lado sul, a presença do gaúcho a cavalo que comemora a República.
Encimando as figuras, no
topo da pirâmide, aparecem as datas que remetem à instalação da República
Francesa (1789) e Brasileira (1889). Este regime político é também representado
por uma figura feminina que tem às mãos um archote de luz (símbolo de
iluminação). Posiciona-se sobre uma esfera com os dizeres da bandeira nacional
“Ordem e Progresso” sobre a representação do Castelo da Bastilha.
Até a Revolução de 1930,
eram realizadas atividades cívicas no local, na data de morte do líder
político, dia 24 de outubro.
Fotos: www.webpoa.com (acesso em 17-09). Coloridas: da autora do blog, obtidas durante explanação da Professora Dra. Elisabete Leal em 9/set/15. Dra. Elisabete Leal |
NEDEL, Letícia Borges. Breviário de um museu mutante. Horizontes antropológicos, Porto Alegre, ano 11, n. 23, jan./jun. 2005, p.71-86.
NEDEL, Letícia Borges. Da coleção impossível ao espólio indesejado: memórias ocultas do Museu Júlio de Castilhos. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v.2, n.38, dez. 2006, p.11-31.
LEAL, Elisabete da Costa. Os filósofos em tintas e bronze: arte, positivismo e política na obra de Décio Villares e Eduardo de Sá. 2006. Tese (Doutorado em História Social). Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2006
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