O museu fechado
Giraudy, Daniele
As origens do museu.
O museu
surge em decorrência da coleção. A referência para sua origem são os santuários
dos templos dedicados às musas que recebiam doações de devotos, formando a
futura coleção dos museus. Em Alexandria, junto da biblioteca, universidade,
jardins zoológico e botânico, o Muséion é o local de ensino e debates
filosóficos. Antes disso, na Grécia, era edificado o o Muséion na Colina de
Hélicon-Atenas.
Musas Gregas |
Construir
uma coleção é um hábito que pode ser observado em animais e humanos, como a
criança que assim exerce sua compreensão do mundo, classificando-o.
A
formação da coleção envolve também episódios extenuantes, como a busca do
objeto mais raro, mais distante, mesmo quando se trata de dito 'banais'.
Abrigadas
em gabinetes de curiosidades ou câmaras das maravilhas, reuniam uma miscelânea
advinda dos reinos mineral, vegetal e animal, assim como objetos e obras raras.
Constrói-se, adiante, a divisão entre as artes e as curiosidades neste lote
único dando origem aos museus de artes e aos museus de história natural. Também
surgem as galerias como espaços destinados às exposições de quadros e
esculturas.
Localizadas
em residências de monarcas e papas, as galerias se caracterizam por uma sala
longa com paredes preenchidas por pinturas suspensas e pedestais no piso para
suporte de esculturas. Já os museus de história surgem das galerias
iconográficas dos castelos onde os protagonistas da história e do pensamento
são evocados.
Acerca
dos museus pedagógicos, o primeiro, Museu Ashmolea n/Oxford/ Inglaterra,
surge em 1683 (a seguir imagens de 1760-fachada e seu interior em 1836).
Os grandes museus do século XIX.
Na
Revolução Francesa e nos movimentos nacionalistas presentes na Europa, surge a noção
de patrimônio pertencente a todos. Com suas coleções e outras advindas de
conquistas militares e expedições foram abertos os grandes museus
metropolitanos: British Museum (1753), Louvre, Museu dos Monumentos
Franceses(1793), Artes e Ofícios e Museu de História Natural(estes em 1794).
Criados,
surge a necessidade de ordenar seu conteúdo dando lógica e cadência ao material
exposto.
British Museum |
Louvre |
No
século XIX, todas as grandes capitais já possuem seus museus, pois além dos já
citados, criam-se os museus de São Petersburgo, Munique, Berlim, Bruxellas e
Amsterdan. Longe do eixo europeu, em Washington-EUA, nasce a Fundação
Smithsonian, de caráter privado-para museus e pesquisas.
Sobre a
arquitetura que exibem seus prédios, assemelham-se a palácios imponentes. Já nos
museus norte-americanos repete-se a presença de um frontão, cúpulas de basílica
e colunas nos Museu Metropolitano de Artes e no Museu de História Natural,
ambos de Nova Iorque.
MET/NY-1870 |
Os museus ao ar livre e os museus de
folclore.
Surgem
no século XX os parques nacionais norte-americanos e museus ao ar livre,
especialmente em terras nórdicas com os museus do folclore e artes tradicionais.
Há exemplos na Suécia e vizinhos, Munique, França, Boston e Chicago. Também se
observa que os museus se apresentam na contemporaneidade em prédios
diversificados com espaços e comodidades múltiplas, mas com ênfase em crianças,
pesquisadores, grupos e portadores de necessidades especiais. Com o desafio de
adequarem-se a ações sustentáveis, a partir dos últimos anos, vários museus
tomaram providências na incorporação em seu uso de energia de fontes
renováveis.
Sobre a
autora:
GIRAUDY, Daniele-conservadora de patrimônio, iniciou
sua carreira em 1965 no Museu de Belas Artes de Marsèlle/FR após a conclusão de
seus estudos na Escola do Louvre. Dirigiu o Centro George Pompidou-Paris. È
membro do ICOM e da Associação Internacional de Críticos de Arte.
GIRAUDY, Daniele, O museu e a vida. Rio de Janeiro: Fundação Pró-Memória, 1990.
Nenhum comentário:
Postar um comentário