terça-feira, 30 de junho de 2015

O museu fechado

                                                                               Giraudy, Daniele 


As origens do museu.
O museu surge em decorrência da coleção. A referência para sua origem são os santuários dos templos dedicados às musas que recebiam doações de devotos, formando a futura coleção dos museus. Em Alexandria, junto da biblioteca, universidade, jardins zoológico e botânico, o Muséion é o local de ensino e debates filosóficos. Antes disso, na Grécia, era edificado o o Muséion na Colina de Hélicon-Atenas. 
Musas Gregas

Construir uma coleção é um hábito que pode ser observado em animais e humanos, como a criança que assim exerce sua compreensão do mundo, classificando-o.
A formação da coleção envolve também episódios extenuantes, como a busca do objeto mais raro, mais distante, mesmo quando se trata de dito 'banais'.
Abrigadas em gabinetes de curiosidades ou câmaras das maravilhas, reuniam uma miscelânea advinda dos reinos mineral, vegetal e animal, assim como objetos e obras raras. Constrói-se, adiante, a divisão entre as artes e as curiosidades neste lote único dando origem aos museus de artes e aos museus de história natural. Também surgem as galerias como espaços destinados às exposições de quadros e esculturas.
Localizadas em residências de monarcas e papas, as galerias se caracterizam por uma sala longa com paredes preenchidas por pinturas suspensas e pedestais no piso para suporte de esculturas. Já os museus de história surgem das galerias iconográficas dos castelos onde os protagonistas da história e do pensamento são evocados.
Acerca dos museus pedagógicos, o primeiro, Museu Ashmolean/Oxford/ Inglaterra, surge em 1683 (a seguir imagens de 1760-fachada e seu interior em 1836).



Os grandes museus do século XIX.
Na Revolução Francesa e nos movimentos nacionalistas presentes na Europa, surge a noção de patrimônio pertencente a todos. Com suas coleções e outras advindas de conquistas militares e expedições foram abertos os grandes museus metropolitanos: British Museum (1753), Louvre, Museu dos Monumentos Franceses(1793), Artes e Ofícios e Museu de História Natural(estes em 1794).
Criados, surge a necessidade de ordenar seu conteúdo dando lógica e cadência ao material exposto.
British Museum 
Louvre

No século XIX, todas as grandes capitais já possuem seus museus, pois além dos já citados, criam-se os museus de São Petersburgo, Munique, Berlim, Bruxellas e Amsterdan. Longe do eixo europeu, em Washington-EUA, nasce a Fundação Smithsonian, de caráter privado-para museus e pesquisas.
Sobre a arquitetura que exibem seus prédios, assemelham-se a palácios imponentes. Já nos museus norte-americanos repete-se a presença de um frontão, cúpulas de basílica e colunas nos Museu Metropolitano de Artes e no Museu de História Natural, ambos de Nova Iorque.    
MET/NY-1870
      
Os museus ao ar livre e os museus de folclore.
Surgem no século XX os parques nacionais norte-americanos e museus ao ar livre, especialmente em terras nórdicas com os museus do folclore e artes tradicionais. Há exemplos na Suécia e vizinhos, Munique, França, Boston e Chicago. Também se observa que os museus se apresentam na contemporaneidade em prédios diversificados com espaços e comodidades múltiplas, mas com ênfase em crianças, pesquisadores, grupos e portadores de necessidades especiais. Com o desafio de adequarem-se a ações sustentáveis, a partir dos últimos anos, vários museus tomaram providências na incorporação em seu uso de energia de fontes renováveis. 

  


Sobre a autora:

GIRAUDY,  Daniele-conservadora de patrimônio, iniciou sua carreira em 1965 no Museu de Belas Artes de Marsèlle/FR após a conclusão de seus estudos na Escola do Louvre. Dirigiu o Centro George Pompidou-Paris. È membro do ICOM e da Associação Internacional de Críticos de Arte.


Fonte:  
GIRAUDY,  Daniele, O museu e a vida. Rio de Janeiro: Fundação Pró-Memória, 1990.  

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