terça-feira, 8 de dezembro de 2015

MUSEU DE PERCURSO DO NEGRO EM PORTO ALEGRE




O Museu de Percurso do Negro em Porto Alegre, através da instalação de obras de arte em pontos selecionados, busca visibilizar em Porto Alegre a comunidade afrobrasileira.

O projeto nasceu do entendimento de que a falta de representatividade no patrimônio cultural remetia à invisibilidade social desta parte da população. Assim, as obras de arte foram colocadas nos locais de presença e passagem dos ancestrais da atual comunidade negra na cidade de Porto Alegre, como a Praça Brigadeiro Sampaio (local onde os negros sentenciados e condenados à morte eram enforcados: o Largo  da Forca, lugar escolhido para a construção do "Tambor", o primeiro  marco escultural do Museu de Percurso do Negro em Porto Alegre),  o Mercado Público de Porto Alegre cuja importância se explica por acreditarem que ao centro do edifício está assentado o Orixá Bará, que, dentro do panteão africano, é a entidade que abre os caminhos, o guardião das casas e cidades e representa o trabalho e a fartura, para os adeptos das religiões de matriz africana. e a Praça da Alfândega (uma das vias de chegada e fuga, local da antiga Praça da Quitanda onde vendiam quitutes, rendas e bordados). Outros locais vivenciados pelos negros foram a Esquina do Zaire (Av. Borges de Medeiros com Rua da Praia), a Igreja da Nossa Senhora do Rosário, o Mercado Público e a Santa Casa de Misericórdia, a Colônia África e o Areal da Baronesa.
No projeto “Territórios Negros: Afro-brasileiros em Porto Alegre”, da Secretaria Municipal da Educação, um ônibus da Cia. Carris percorre oito pontos da cidade que evocam a presença, a memória, o protagonismo dos africanos e descendentes na cidade de Porto Alegre.
 
1. Praça Brigadeiro Sampaio,  
Tambor, primeiro marco escultural do Museu do Percurso do Negro em POA 
2. Igreja Nossa Senhora das Dores: local de supliciamento dos africanos e seus descendentes escravizados no Pelourinho, em frente a igreja que localiza-se na Andradas, 597.  Uma planta da cidade de 1839 ainda o assinala neste local, mas dali em diante ele não é mais citado nas fontes históricas.  
Igreja das Dores


3. Mercado Público
Bará do Mercado

4. Parque Farroupilha Antes da Lei Áurea, muitos senhores libertaram escravos, que frequentavam o parque. Por conta da redenção dos negros, o espaço passou a ser chamado Campos de Redenção, em 1884.
5. Colônia Africana, nos bairros Bom Fim e Rio Branco onde se localizaram algumas das primeiras moradias de ex-escravos.
6. Ilhota, nas imediações do Centro Municipal de Cultura Lupicínio Rodrigues, na Erico Verissimo, ficava uma área alagadiça que se tornou um bairro de ex-escravos após a abolição. Nos anos 1930, abrigava jogos da Liga dos Canelas Pretas, que revelou talentos negros do futebol.

7. Areal da Baronesa, a Travessa Luiz Guaragna abrigava a chácara da baronesa do Gravataí. Com a morte da baronesa e a abolição da escravatura, os escravos alforriados passaram a ocupar o espaço, reconhecido atualmente como território quilombola urbano.
8. Largo Zumbi dos Palmares Abrigava reuniões e rodas de capoeira de movimentos de resistência de afrodescendentes nos anos 1970. No século 19, o espaço era coberto por denso matagal, servindo como esconderijo para escravos fugidos.


REFERENCIAS:
Franco, Sérgio da Costa. Guia Histórico de Porto Alegre. Porto Alegre: EdiUFRGS, 2006.
http://memorialdomercado.blogspot.com.br/

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