MUSEU DE PERCURSO DO NEGRO EM PORTO ALEGRE
O Museu de Percurso do Negro em Porto Alegre,
através da instalação de obras de arte em pontos selecionados, busca
visibilizar em Porto Alegre a comunidade afrobrasileira.
O projeto
nasceu do entendimento de que a falta de representatividade no patrimônio
cultural remetia à invisibilidade social desta parte da população. Assim, as obras
de arte foram colocadas nos locais de presença e passagem dos ancestrais da
atual comunidade negra na cidade de Porto Alegre, como a Praça Brigadeiro
Sampai o (local onde os negros sentenciados e condenados à
morte eram enforcados: o Largo
da Forca, lugar escolhido para a construção do "Tambor", o
primeiro marco escultural do Museu de Percurso do Negro em Porto Alegre),
o
Mercado Público de Porto Alegre cuja importância se explica por acreditarem que ao
centro do edifício está assentado o Orixá Bará, que, dentro do panteão
africano, é a entidade que abre os caminhos, o guardião das casas e cidades e
representa o trabalho e a fartura, para os adeptos das religiões de matriz
africana. e a Praça da Alfândega (uma das vias de chegada e fuga, local da antiga
Praça da Quitanda onde vendiam quitutes, rendas e bordados). Outros locais
vivenciados pelos negros foram a Esquina do Zaire (Av. Borges de Medeiros com
Rua da Praia), a Igreja da Nossa Senhora do Rosário, o Mercado Público e a
Santa Casa de Misericórdia, a Colônia África e o Areal da Baronesa.
No
projeto “Territórios Negros: Afro-brasileiros em Porto Alegre”, da Secretaria
Municipal da Educação, um ônibus da Cia. Carris percorre oito pontos da cidade
que evocam a presença, a memória, o protagonismo dos africanos e descendentes
na cidade de Porto Alegre.
1. Praça Brigadeiro Sampai o,
Tambor, primeiro marco escultural do Museu do Percurso do Negro em POA |
2. Igreja Nossa Senhora das Dores: local
de supliciamento dos africanos e seus descendentes escravizados no Pelourinho, em frente a igreja que localiza-se na
Andradas, 597. Uma planta da cidade de 1839 ainda o assinala
neste local, mas dali em diante ele não é mais citado nas fontes históricas.
Igreja das Dores |
3. Mercado Público
Bará do Mercado |
4. Parque Farroupilha Antes da Lei Áurea,
muitos senhores libertaram escravos, que frequentavam o parque. Por conta da
redenção dos negros, o espaço passou a ser chamado Campos de Redenção, em 1884.
5. Colônia Africana, nos bairros Bom Fim e
Rio Branco onde se localizaram algumas das primeiras moradias de ex-escravos.
6. Ilhota, nas imediações do Centro Municipal de Cultura Lupicínio Rodrigues,
na Erico Verissimo, ficava uma área alagadiça que se tornou um bairro de
ex-escravos após a abolição. Nos anos 1930, abrigava jogos da Liga dos Canelas
Pretas, que revelou talentos negros do futebol.
7. Areal da Baronesa, a Travessa Luiz Guaragna
abrigava a chácara da baronesa do Gravataí. Com a morte da baronesa e a
abolição da escravatura, os escravos alforriados passaram a ocupar o espaço,
reconhecido atualmente como território quilombola urbano.
8. Largo Zumbi dos Palmares Abrigava reuniões e rodas
de capoeira de movimentos de resistência de afrodescendentes nos anos 1970. No
século 19, o espaço era coberto por denso matagal, servindo como esconderijo
para escravos fugidos.
REFERENCIAS:
Franco,
Sérgio da Costa. Guia Histórico de
Porto Alegre. Porto Alegre: EdiUFRGS, 2006.
http://memorialdomercado.blogspot.com.br/
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